terça-feira, 17 de junho de 2014

O ESPIRITISMO E A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

Leon Denis em: O Mundo Invisível e a Guerra, Novembro de 1918

Apresentamos, em largos traços, a rápida marcha e o progresso do Espiritismo, durante 50 anos, em todos os domínios do pensamento, isto é, na Ciência, na experimentação psíquica, na Literatura e até no seio das Igrejas. Falta-nos analisar qual foi a sua influência no movimento filosófico contemporâneo, particularmente na filosofia da escola.

Notemos que esses resultados foram obtidos fora de qualquer organização espírita, sem outros meios de ação ou outros recursos, a não ser o próprio poder da verdade e sem qualquer outra direção, a não ser a que promana do Além. Porém, será esta, provavelmente, a mais segura e a mais eficaz, porque, melhor que os recursos humanos, pode vencer os preconceitos, as rotinas e os mais obstinados contraditores.

Na verdade, todos os que trabalharam com persistência pela divulgação do Espiritismo sentiram-se ajudados e amparados pelo mundo invisível.

Quanto à obra filosófica realizada nesse meio século, não passaremos em revista todos os seus sistemas, para não sairmos do limite deste estudo; tão-somente perguntaremos qual a parte que se deve atribuir à idéia espírita no ensino oficial.

Declaremos, inicialmente, que durante esse período as teorias materialistas não pararam de retroceder e que o espiritualismo tende a substituí-las.

Atualmente, o ensino oficial se baseia na filosofia de Henri Bergson, cuja influência aumenta cada vez mais no exterior ao mesmo tempo em que sua ação sobre os espíritos se torna mais intensa em nosso país.

As ciências psíquicas são familiares a Bergson, que seguiu com atenção o seu desenvolvimento. Ele é o autor de um artigo no Boletim do Instituto Geral de Psicologia, de janeiro de 1904, sobre a visão de clarões na obscuridade pelos sensitivos.

Sua filosofia não é um sistema que se junta aos anteriores. É original e profunda, representando uma verdadeira revolução no mundo do pensamento. Desde Spencer estava aceito que a inteligência é a principal faculdade, o mais seguro meio para se conseguir o conhecimento e abranger o domínio da vida e da evolução.

Ora, Bergson prova que a inteligência, que constitui uma emanação da vida, por si só é impotente para abranger a vida e a evolução, porque a parte não pode abranger o todo, nem o fato reabsorver sua causa. Então o que fez ele? No lugar da inteligência coloca a intuição, e isto constitui um acontecimento da mais alta importância na Psicologia, pois a maior parte das faculdades mediúnicas – a clarividência, a premonição e a previsão dos acontecimentos – se prende à intuição. No dia em que a Ciência achar um método prático para desenvolver essa intuição, ela se aproximará dessas faces misteriosas da alma humana, com as quais esta se limita com a presciência divina e pelas quais se revelam sua íntima essência e sua imensa evolução.

Com o desenvolvimento dessas faculdades, podemos entrever o aparecimento de uma raça de homens que nos superará em poder, tanto quanto o homem atual supera o pré-histórico. Então a alma humana se apresentará com toda a sua grandeza; veremos que ela possui profundos mananciais de vida, onde sempre pode retemperar-se, e que possui picos iluminados pela luz da eterna verdade.

A alma humana é um mundo. Conhece o esplendor das alturas e a vertigem dos abismos. Possui precipícios em cujo fundo rugem as torrentes das paixões. Contém filões plenos de riquezas, e seu destino consiste exatamente em valorizar todos esses tesouros escondidos.

O estudo da obra de Bergson nos mostra, em certos pontos, semelhanças notáveis com a Doutrina Espírita. A vida da criatura, afirma ele, é o resultado de uma evolução anterior ao nascimento. Existe um encadeamento, uma continuidade na transformação, no progresso e, ao mesmo tempo, existe uma conservação do passado no presente. Bergson admite, como nós, que esse passado está gravado na consciência profunda e marca a evolução paralela do ser orgânico e do ser consciente. Aqui estão os termos com os quais define essa evolução:

“O progresso é constante e prossegue indefinidamente: o progresso invisível, sobre o qual o ser visível se sobrepõe no espaço de tempo que percorrerá na Terra. Quanto mais mantemos a atenção nesta continuidade de vida, tanto mais veremos a evolução orgânica aproximar-se da evolução consciente, em que o passado atua sobre o presente, para dele fazer brotar uma nova forma, que é a resultante das anteriores.”

Sem dúvida, isso é transformismo, porém de tal forma espiritualizado, que se aproxima de uma maneira perceptível da filosofia das vidas sucessivas. Essa noção das existências anteriores vem afirmada e precisada em numerosas páginas de Bergson das quais vão aqui alguns trechos:

“Que somos nós, que é o nosso caráter senão a condensação da história que temos vivido desde nosso nascimento, e mesmo antes dele, pois que já trazemos conosco disposições pré-natais?”

“A vida é o prosseguimento da evolução pré-natal e a prova disso é que muitas vezes fica impossível afirmar se estamos tratando com um organismo que envelhece ou com um embrião que continua a progredir.”

Voltamos a encontrar em Bergson a concepção espírita da vida universal:

“O Universo não está feito, porém se faz sem cessar, crescendo, sem dúvida, indefinidamente, pela junção de novos mundos… É possível que a vida se manifeste noutros planetas e também em outros sistemas solares, sob formas que não imaginamos, em condições físicas que nos parecem, no ponto de vista de nossa fisiologia, inteiramente desconhecidos.”

Segundo Bergson, o princípio da evolução não está na matéria visível e sim na invisível. Ele declara:

“Todos os novos dados científicos tendem a transpor a evolução, elevando-a do visível para o invisível.”

Pode-se observar que Bergson, na sua obra, fala constantemente da vida e muito pouco da morte. Nenhum filósofo parece ter se preocupado menos com esse passageiro acidente que não põe fim a nada. Para ele, como para nós, a vida triunfa e reina, soberanamente, tanto antes como depois da morte.

Também sobre o livre-arbítrio, a opinião de Bergson está de acordo com o que sempre sustentamos. Afirma ele:

“A finalidade da vida é colocar a indeterminação na matéria. Indeterminadas (quero dizer imprevisíveis) são as formas que ela cria no correr de sua evolução. Também cada vez mais indeterminada (isto é, cada vez mais livre) é a atividade para a qual essas formas devem servir de veículo.”

Mais adiante acrescenta:

“A liberdade não é absoluta: admite graus… Somos livres enquanto somos nós mesmos, isto é, em nosso estado de personalidade profunda, porém somos determinados enquanto pertencemos à matéria e à extensão. A personalidade humana é um jato vivo de incontrolável liberdade… A liberdade constitui um fato de experiência interna, uma coisa sentida e vivida, não raciocinada.”

Em síntese, nota-se que o bergsonismo, como a doutrina dos espíritos, dá ao homem mais força para viver e para agir, ligando-o mais intimamente a tudo quanto vive, ama e sofre no mundo.

O materialismo isolava inteiramente o homem: na engrenagem da máquina cega do mundo o homem se sentia reduzido a nada. Porém a idéia muda: assim como o menor grão de pó é solidário com imenso sistema solar, assim também todos os seres vivos, desde as origens da vida, através dos tempos e lugares, não fazem outra coisa senão tornar mais perceptível uma direção única e invisível.

Estão sujeitos uns aos outros, interligam-se e obedecem a um formidável impulso, como uma imensa caravana que marcha através do tempo e do espaço, transpondo os obstáculos e desdobrando-se para além de todas as mortes.

Não existe aí algo de novo na filosofia oficial que, até agora totalmente impregnada de intelectualismo, estava tolhida diante do problema da criatura?

Félix Le Dantec e sua escola buscavam a vida somente na matéria, porém Bergson, colocando mais alto a inteligência e a vida, reabilita, de algum modo, o mundo vivo, encontrando o laço que prende as doutrinas ocidentais às da Grécia e do Oriente, às crenças de nossos pais, àquela filosofia celta, resumida nas Tríades e às quais se terá de voltar, sem dúvida, algum dia.

E, quer Bergson tenha conseguido suas ideias nos seus estudos psíquicos, quer nas inspirações de seu próprio gênio, o fato não é menos notável, no ponto de vista da semelhança das doutrinas, principalmente no que toca às suas vastas consequências morais e sociais.

*

Terminando sua magistral obra A Evolução Criadora, Bergson insiste na relatividade dos fatos e na sua impotência para nos darem apenas uma concepção parcelada da natureza. Ataca com vigor os pontos de vista arbitrários de Herbert Spencer, que a Ciência adotou:

“Não se pode raciocinar sobre as partes como se raciocina sobre o todo. O filósofo deve ir mais além do que o sábio. A inteligência extrai os fatos desse todo que é a realidade. No lugar de afirmar que as relações entre os fatos formaram as leis do pensamento, posso bem imaginar que a forma do pensamento é que determinou a configuração dos fatos percebidos e, conseqüentemente, suas relações entre si.”

Termina da seguinte forma:

“A filosofia não é somente a volta do espírito para si mesmo, a coincidência da consciência humana com o princípio vivo de onde ela emana, um contato com o esforço criador; ela é o aprofundamento da transformação em geral, o verdadeiro evolucionismo e, por conseqüência, o verdadeiro prolongamento da Ciência, com a condição de que se compreenda por esta última palavra um conjunto de verdades constatadas ou demonstradas, e não certa escolástica nova que apareceu, durante a segunda metade do século XIX, em torno da física de Galileu, assim como a antiga escolástica o havia feito em torno de Aristóteles.”

Todos os espíritos abalizados se impressionarão com a concordância que há nesse ponto entre as maneiras de ver de Bergson e as expostas por Allan Kardec.

Realmente, em matéria de Espiritismo, o Codificador nunca desejou separar a doutrina dos fatos, mas ainda há entre nós quem desejasse limitá-lo a um campo experimental. Isto nos leva a considerações especiais quanto à doutrina dos espíritos.

Ninguém discute que os fatos sejam a base do Espiritismo, a prova da sobrevivência da alma após a morte. Todavia, atrás deles existe toda uma revelação. No Espiritismo o fato não se produz sem um ensinamento, sempre que o fenômeno obtido seja de ordem um tanto elevada.

Os espíritos não procuram comunicar-se conosco a não ser para nos instruírem e nos iniciarem nas grandes leis do mundo espiritual, cujo conhecimento é muito importante, principalmente nos momentos de provação. Foi assim que Allan Kardec compreendeu e sentiu o Espiritismo e porque, em sua obra, ele reúne intimamente a doutrina à ciência. Procedendo assim, ele não atendia a uma vontade pessoal, porém a uma necessidade e à própria natureza do que ele estudava.

O poder de ação, o papel social do Espiritismo não se deve a que ele atende, simultaneamente, a todas as necessidades da alma humana, às múltiplas e importantes urgências do momento atual. O Espiritismo se dirige, ao mesmo tempo, ao cérebro e ao coração, à inteligência, à consciência e à razão.

O que forma o poder e a eficácia do Espiritismo é que as satisfações intelectuais e morais que ele nos apresenta e os ensinamentos que nos proporciona formam, no seu conjunto, majestosa unidade e uma soberba síntese científica, filosófica, moral e social.

Qualquer doutrina que não busque esses diferentes fins carecerá de equilíbrio.

A moral que provém do cérebro é estéril; só a do sentimento e do coração pode tornar o homem realmente humano, acessível à piedade, compassivo para com todas as dores e dedicado a seu próximo.

Não há dúvida de que devemos estudar os fatos dando-lhes a merecida importância, porém, como pretende Bergson, mais além e bem mais alto que os fatos, deve-se verificar a meta para a qual, por seu intermédio, nos conduzem as forças invisíveis pelas ásperas sendas do destino.

Portanto, o Espiritismo não é apenas o fenômeno físico, a dança das mesas, como ainda parecem acreditar alguns homens. Ele é todo um esforço do Além para tirar da alma humana suas dúvidas e suas enfermidades morais, obrigando-a a ter plena consciência de si mesma, realizando seus gloriosos fins.

O Espiritismo é o raio de esperança que vem aclarar nosso sombrio Universo, nossa Terra de lama, sangue e lágrimas; é o raio luminoso que vem clarear as habitações miseráveis, penetrando nas residências tristes onde a desgraça habita e onde gemem os que padecem.

O Espiritismo é o chamado do Infinito; são as vozes que chegam para proclamar o mais nobre e mais poderoso ideal que o gênio humano já sonhou.

Atendendo a esses apelos, a essas vozes, as frontes curvadas sob o peso da vida se levantam e os desesperados, os náufragos da existência cobram ânimo, vendo, no sombrio céu de seu pensamento, brilhar uma aurora que anuncia novos tempos, tempos bem melhores para a humanidade.

O Espiritismo é a comunhão das almas que se chamam e se respondem através do espaço. Graças a ele chegam até nós notícias dos que foram nossos companheiros de lutas na Terra. Pensávamos tê-los perdido e eis que nos sentimos ligados a eles novamente!

É uma grande alegria saber e sentir que estamos vinculados àqueles a quem amamos, unidos através dos séculos, porque a morte é apenas uma ilusão da vista e toda separação é só passageira e aparente.

Não nos sentimos apenas ligados a eles, porém a todas as almas que povoam a imensidão, porque o Universo é uma grande família.

Nos milhares de mundos que giram nos espaços, por toda parte, possuímos irmãos e irmãs que estamos destinados a encontrar e conhecer algum dia e por toda parte existem almas com as quais continuaremos nosso progresso, debaixo de leis sábias, profundas e eternas!

O sentimento e o poderoso instinto da vida e da solidariedade universais despertarão, aos poucos, em nós.

Através desse meio, sentir-nos-emos vinculados aos mais humildes como aos mais nobres espíritos; sentir-nos-emos na mesma categoria dos heróis, dos sábios e dos gênios, teremos a possibilidade de nos reunirmos com eles na luz, quando também houvermos trabalhado, lutado, padecido e merecido.

Finalmente, o Espiritismo é toda a movimentação da vida invisível; um universo vivo – até bem pouco ignorado, exceto por alguns poucos – e que sabemos e sentimos que existe, agita-se, palpita, vibrando em nosso derredor e enchendo o espaço com radiosos pensamentos, pensamentos de amor e inspirações geniais.

Cada vez mais, iremos senti-lo vivendo e agindo, graças ao desenvolvimento de faculdades que se multiplicarão, crescerão e se tornarão comuns a um grande número de pessoas.

Dessa forma, conseguiremos também a valiosa certeza da proteção, do amparo que do Além estende-se sobre nós; a prova de que a solicitude do Alto envolve todos os peregrinos da existência no seu penoso jornadear terreno.

Na luta que está sendo travada para o progresso da humanidade – a grandiosa batalha das idéias – o Espiritismo é o mais forte dos combatentes, porque nele se reencontram a vida e a morte, a Terra e o Céu se reúnem e se ligam para as lides do pensamento.

Lutemos, portanto, com nobreza, habilidade e prudência, porque o mundo invisível está conosco.

Elevemos o nosso brado de esperança e confiança na justiça eterna e consciente que governa os mundos.

Acreditemos, esperemos e trabalhemos.
Leon Denis
Fonte; http://espiritismoparainiciantes.blogspot.com.br/


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NOVO ESTUDO COM MÉDIUNS OBTÉM FORTÍSSIMAS EVIDÊNCIAS DA SOBREVIVÊNCIA DA ALMA

Fonte da imagem: 
Fábio José Lourenço Bezerra
            Na Universidade do Arizona, Estados Unidos, dois cientistas utilizaram um novo e excelente protocolo de pesquisa com médiuns – o método triplo-cego - obtendo resultados positivos, que se constituem em fortíssima evidência da sobrevivência da alma. Os cientistas foram: o Doutor pela Universidade de Harvard Gary Schwartz, onde foi professor por cinco anos. Também foi professor pela Universidade Yale, nas áreas de Psiquiatria e Psicologia, e diretor do Centro de Psicofisiologia e codiretor da Clínica de Medicina Comportamental de Yale; A Dra Julie Beischel, bacharel em Ciências Ambientais pela Universidade do Norte do Arizona e doutorado em Farmacologia e Toxicologia, com especialização em Microbiologia e Imunologia pela Universidade do Arizona).
A pesquisa foi publicada na revista Explorer em 2007. O método utilizado visa eliminar as explicações convencionais, muito utilizadas pelos céticos, para as informações que os médiuns conseguem obter dos Espíritos desencarnados, como a leitura a frio e a pesquisa prévia sobre o desencarnado, bem como a telepatia.
            A leitura a frio é um método, utilizado por falsos médiuns, para extrair informações de alguém que deseja entrar em contato com um falecido querido. Trata-se de observar essa pessoa desavisada, suas reações fisionômicas, corporais e respostas a perguntas e/ou afirmações feitas pelo falso médium que, assim, com grande habilidade, extrai dela informações sobre o desencarnado, dando a impressão de que realmente entrou em contato com o mesmo.
            Na pesquisa prévia sobre o desencarnado, o falso médium, sabendo quem vai consultá-lo, procura pesquisar sobre pessoas falecidas próximas a essa pessoa, para, na hora da consulta, dar a impressão de que está se comunicando com o falecido. 
            No caso da hipótese do uso da telepatia, as comunicações com Espíritos desencarnados, na verdade, nada mais seriam do que uma simulação insconsciente do médium, que seria capaz de obter informações do falecido lendo a mente da pessoa que lhe procurou para conseguir o contato mediúnico.

            Participaram do experimento:

            Oito médiuns adultos (um homem e sete mulheres) que demonstraram, no passado, ter capacidade de obter informações precisas dos falecidos em condições mediúnicas "normais", isto é, com a pessoa que deseja o contato em sua presença;

            Estudantes da Universidade do Arizona participaram do experimento formando dois grupos: um grupo de voluntários sitters (pessoas que tinham um relacionamento muito próximo com uma pessoa falecida) e outro de assistentes de pesquisa.
          
            Cada assistente foi escolhido, a fim de otimizar as condições de teste, a partir de um conjunto de cerca de 1.600 estudantes, baseando-se esta escolha em respostas "sim" ou  "inseguro" a um questionário prévio,  para examinar suas crenças sobre a "vida após a morte" e médiuns, bem como seu interesse em participar de uma pesquisa sobre mediunidade. Cada participante sitter também classificou seu relacionamento com um desencarnado específico como "muito próximo".

            A seleção final dos oito alunos de graduação (três homens e cinco mulheres), para a inclusão no estudo como participantes sitters, foi com base nos critérios acima, bem como o par de desencarnados descritos abaixo.

            As informações sobre cada desencarnado e seu relacionamento com o voluntário sitter associado foram coletadas dos participantes sitter por um assistente de pesquisa que não interage com os médiuns.

As descrições dos desencarnados foram emparelhadas para destacar diferenças de idade, descrição física, a descrição da personalidade, causa de morte, e hobbies / atividades do desencarnado. Quatro desencarnados foram pareados com outros quatro do mesmo sexo para um total de quatro pares de assistentes. É importante notar que neste procedimento (a) o avaliador (aquele que vai avaliar se o que foi dito pelo médium corresponde à realidade) é mantido em cegueira por sorteio dos desencarnados do mesmo sexo, enquanto (b) otimiza a capacidade dos avaliadores cegos de diferenciar entre duas leituras pareadas por sexo durante a pontuação.

Leituras dos médiuns sobre os desencarnados

Cada um dos oito médiuns realizou duas leituras sobre os desencarnados: uma para cada voluntário sitter em um par. Cada um dos quatro pares de assistentes foi lido por dois diferentes médiuns, gerando um total de oito pares de leituras. Veja a figura abaixo:


Os médiuns não receberam nenhuma informação sobre o voluntário sitter ou sua relação com o desencarnado. No entanto, para aumentar a capacidade do médium de receber informações precisas sobre um alvo desencarnado, o primeiro nome do desencarnado foi dado ao médium no início da leitura.
Para cada uma das leituras, um experimentador cego para a identidade dos assistentes e para qualquer informação sobre os desencarnados, além de seus primeiros nomes, atuou como assistente substituto para os alunos. Assistentes substitutos são utilizados para (a) imitar as práticas de leitura com as quais os médiuns se sentem confortáveis (ou seja , com um sitter presente ou no telefone) , a fim de otimizar as condições de leitura , enquanto (b) cegando o médium a sugestões do sitter e (c) a cegueira do sitter ausente à leitura até a pontuação. Neste estudo, o assistente substituto do sitter também fez perguntas aos médiuns durante as seções do protocolo de leitura (ver abaixo).
Os assistentes de alunos ausentes não ouviram as leituras e não tinham conhecimento da origem de qualquer leitura durante a pontuação.
Para otimizar as condições de teste, os médiuns realizaram leituras por telefone em horários programados em suas casas.
As leituras de telefone, gravadas em áudio digital, ocorreram à longa distância; o médium estava em uma cidade diferente tanto da do voluntário sitter ausente cego e a atuação experimentador como o assistente substituto.
Cada leitura sobre o desencarnado incluiu três partes: a) dirigida ao falecido, na qual o experimentador deu ao médium o primeiro nome do desencarnado e pediu ao médium para receber e comunicar quaisquer informações do desencarnado, b) um procedimento de questões da vida , em que se fez ao médium quatro perguntas específicas sobre o aparência física do desencarnado, personalidade, passatempos, e a causa da morte , e c)  Pergunta Reversa , em que o experimentador perguntou: " Será que o desencarnado tem quaisquer comentários, perguntas ou pedidos para o voluntário sitter ? "

Pontuação das leituras obtidas

Cada leitura foi transcrita e uma lista numerada de itens individuais correspondentes (isto é, peças de informação isoladas) foi criada por um experimentador cego para detalhes sobre os sitters ou desencarnados.
Cada assistente em um par agiu como um controle combinado para o outro sitter (o que não foi substituído por ele durante a leitura) no par: cada assistente marcou a leitura pretendida para ele, bem como a leitura do sitter controle, permanecendo cegos para a origem das leituras.
 Os sitters foram treinados no procedimento de pontuação e marcaram as listas de itens de precisão [Obviamente serve; serve com leve, moderada ou grande necessidade de Interpretação; Não serve; serve para outro ("Este item não se ajusta ao desencarnado nomeado ou a mim mesmo, mas se encaixa com alguém de quem eu estava perto"), ou "Eu não sei"] e significado emocional (Sem importância ou significado leve, moderado ou extremo) Os avaliadores que escolheram "serve com Interpretação" ou "serve para outro" foram convidados a escrever uma explicação. Os sitters também atribuíram a cada lista de itens uma pontuação (0-6), conforme abaixo:

6: Excelente leitura, incluindo fortes aspectos da comunicação, e com praticamente nenhuma informação incorreta .
5: Boa leitura com relativamente pouca informação incorreta .
4: Boa leitura com algumas informações incorretas .
3: Mistura de informações corretas e incorretas, mas o suficiente de informações corretas para indicar que a comunicação com o falecido ocorreu.
2: Algumas informações corretas, mas não o suficiente para sugerir além possibilidade de que a comunicação ocorreu.
1: informação ou comunicação Pouco correta.
0: Nenhuma informação ou comunicação correta.

Depois que o resumo de pontuação foi completado para ambas as leituras em um par, os assistentes foram convidados a "Escolha a leitura que parece ser mais aplicável a você. Mesmo que ambas pareçam igualmente aplicáveis ou não-aplicáveis, escolher uma." Eles foram, então, convidados a avaliar a sua escolha em relação à outra de acordo com a seguinte escala:

a. claramente mais aplicável para mim
b . moderadamente mais aplicável para mim
c . apenas ligeiramente mais aplicável para mim
d . ambos pareciam aplicáveis a mim e , na mesma medida
e. nem parecia aplicável a mim

Esperava-se que a classificação binária da escolha forçada seria um indicador menos sensível do que o pareado Resumo das classificações pontuações.

Resultados do experimento

A classificação (0-6) destinada para as leituras (média= 3,56), foi significativamente maior  do que para as leituras de controle (média = 1,94).
Seis dos oito médiuns apresentaram resultados positivos, produzidos na direção prevista (avaliações mais elevadas do que as avaliações de controle); os dois médiuns restantes receberam notas iguais aos escores de controle. Deve-se ressaltar que três médiuns produziram resultados dramáticos em termos de significado de escores de 5.0 e 5.5 (ver Seção de Métodos); duas médiuns produziram resultados moderados (escores sumárias de 3,5), e nenhum dos médiuns produziram inversões (ou seja, avaliações de controle superiores a classificações intencionais).
Quando perguntados sobre qual a leitura era mais aplicável a eles, os assistentes escolheram as leituras que lhes são destinadas 81 % do tempo (13/16, p = 0,01, binomial exata unilateral). Destes 13, sete foram classificadas como "claramente mais aplicável" e três como "moderadamente mais aplicável"; um sitter cada um escolheu as outras três opções (ver Métodos). Dos três assistentes que escolheram o leitura de controle, um escolheu "claramente mais aplicável", um escolheu "moderadamente mais aplicável", e um escolheu " nem parecia aplicável."
                           
Comentários sobre os resultados do estudo

A pontuação significativa e os resultados das escolhas de leitura, bem como o tamanho do efeito médio (a magnitude do efeito independente do tamanho da amostra) e preparação de valor elevado (a probabilidade de replicar o efeito), obtidos no presente estudo, indicam que, sob condições estritas triplo-cegas, utilizando uma escala de avaliação global usada por avaliadores cegos, prova que a recepção anômala de informações pode ser obtida. O projeto triplo-cego elimina com sucesso todas as fontes potenciais conhecidas de pistas sensoriais convencionais e viés avaliador convencional: (a) aos médiuns não foram fornecidas quaisquer pistas sensoriais dos sitters ausentes e estavam cegos para informações sobre os assistentes ou os desencarnados (só o primeiro nome do desencarnado), (b) o experimentador não poderia fornecer pistas, uma vez que  era cego à identidade dos assistentes e dos desencarnados, e (c) os sitters estavam cegos para que par de leituras eram destinadas para eles durante a marcação, garantindo que seus preconceitos influenciariam igualmente as classificações de ambas as leituras. O delineamento experimental também elimina a possibilidade de fraude, na mesma medida que qualquer estudo envolvendo seres humanos: (a) os médiuns e assistentes nunca interagiram de nenhuma forma, (b) os médiuns nunca foram no laboratório, (c) o durante essas leituras, as observações centrais não são inerentemente únicas, pois os presentes achados se estendem a recentes experimentos de mediunidade duplo-cegos, que empregam métodos sensíveis ao processo mediúnico.
           
           No seu livro “A Grande Aliança”, o Dr. Gary Schwartz escreveu sobre um desses estudos duplo-cego com médiuns, realizados por ele, que transcrevemos abaixo:

        “...concebi um teste formal de prova de conceito sobre o paradigma dos dois espíritos com a utilização de dois médiuns e dois espíritos colaboradores. Haveria também vários pesquisadores como eu e vários sujeitos (as pessoas que recebem as sessões), todos em condições de um experimento duplo-cego, ou seja, em que os médiuns e os sujeitos não entram em contato. Realizei essa investigação em caráter privado, com a colaboração de um cientista que também estava investigando particularmente se os médiuns poderiam fornecer  evidências da sobrevivência espiritual de sua filha falecida.
            As duas médiuns que participaram da investigação foram Joan e Mary. Havia dois investigadores: eu em Tucson e um cientista na costa leste, a quem chamarei de doutor Ortega. Os dois espíritos colaboradores eram Suzy Smith e Elizabeth Ortega – nome que vou usar para identificar a filha falecida do Dr.Ortega.
            Eram cinco sujeitos situados em diferentes partes dos Estados Unidos. Todos eram profissionais e meus amigos pessoais. Dois eram mulheres: uma médica e uma terapeuta de luto; e três eram homens: um médico, um assistente social e o presidente de uma pequena fundação. Susy trabalhou com a médium Joan, e Elizabeth, com a médium Mary.
            Na primeira fase da investigação, Susy e Elizabeth vigiaram um dos sujeitos num determinado dia. Joan entrou em contato com Susy para a sessão, e Mary com Elizabeth. Ambas enviaram suas informações por e-mail a um terceiro pesquisador, que as codificou e em seguida as enviou a cada um dos cinco sujeitos, que deveriam verificar se alguma informação se relacionava com eles. Durante cinco dias, cada sujeito foi vigiado duas vezes, uma vez por Elizabeth e outra por Susy. Usando cinco envelopes em ordem aleatória, eu abria um deles num determinado dia e pedia a Susy que visitasse o sujeito nomeado.
            O doutor Ortega tinha um conjunto de envelopes correspondentes, também em ordem aleatória. Ele abria um dos dois num determinado dia e pedia a Elizabeth que visitasse o sujeito nomeado. O doutor Ortega não me deu conhecimento da ordem das visitas determinadas por seus envelopes, e fiz o mesmo em relação aos meus. Como os sujeitos não foram avisados em que dias seriam vigiados, nem por qual espírito, não sabiam dizer quais relatórios entre os dez eram os seus.
            A segunda fase da investigação envolveu o paradigma dos dois espíritos. Susy e Elizabeth, os dois espíritos colaboradores, foram instruídas a levarem até Joan e Mary, respectivamente, a pessoa morta re lacionada a um determinado sujeito, que, mais uma vez, era escolhido aleatoriamente.
            A análise das sessões revelou que o paradigma dos dois espíritos era plausível como protocolo experimental. Efeitos estatisticamente significativos foram obtidos para os dois sujeitos do sexo feminino nas duas fases da investigação, assim como para os espíritos colaboradores e as médiuns. Os resultados dos sujeitos do sexo masculino não revelaram importância estatística, porque as duas médiuns não conseguiram obter informações sobre um dos sujeitos. Em outras palavras, essa incapacidade de leitura foi relatada, independentemente por ambas as médiuns. Curiosamente, esse homem tinha perdido seus entes queridos havia muito tempo, de modo que não sentia mais uma forte necessidade emocional de fazer contato com eles. Exceto em seu caso, os resultados dos dois outros homens foram semelhantes aos das mulheres.”

 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

SCHWARTZ, Gary. A grande aliança: ciência e espiritualidade caminhando juntas. São Paulo: Ed.Vida e Consciência, [2012].
  
ENDEREÇO ELETRÔNICO CONSULTADO:  

http://espiritismoparainiciantes.blogspot.com.br/search?updated-max=2014-01-28T08:31:00-08:00&max-results=10&start=12&by-date=false

Fonte da imagem: http://ocontornodasombra.blogspot.com.br/2012/11/cientistas-investigam-cerebro-de.html



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