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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

HUMILDADE - Termos traduzidos do francês

Enciclopédia da Bíblia

“A humildade é o sentimento de nossa pequenez perante Deus” (Vauvenargues); ou seja, “o sentimento de nossa insuficiência e particularmente de nossa pobreza espiritual” (Jean Monod). Trata-se de uma virtude um tanto insuspeitada no paganismo greco-romano: seus melhores moralistas tendem à exaltação da personalidade humana pelas qualidades heroicas que fazem a grandeza da alma (megalopsukhia), e as raras passagens de Platão, Aristóteles, etc., que se pode citar em sentido contrário, estão relacionados mais à modéstia; ora, a modéstia consiste simplesmente em não se mostrar orgulhoso diante dos homens, ao passo que a humildade consiste em não sê-lo perante Deus.

A antiguidade desprezava uma tal disposição de espírito: o termo grego tapeïnos assim como o latino humilis derivados de palavras que designam a terra, aplicam-se comumente àquilo que é baixo, vil, e às pessoas curvadas até a terra, humilhando-se por abjeção. Foi o Evangelho que elevou os humildes (Lc 1:52); mas, como indica o fato que esta palavra de Maria é uma citação, ou mais exatamente uma adaptação do Antigo Testamento (Jó 5:11 etc.), a eclosão da virtude eminentemente cristã da humildade foi preparada pela experiência religiosa dos crentes de Israel.

O nome hebreu dos humildes (anâvim ou aniyîm) com efeito deriva da raiz que esigna a aflição, a prova, e os caracteriza não como apáticos resignados ou subservientes que se tornam servis, mas sim como almas que, na infelicidade tomaram uma posição moral ou religiosa (ver Doçura). Os anâvim, assim como os êbionim (= pobres), são os corações fiéis a Deus que mantiveram em sua vida pessoal a primazia espiritual, entre o ritual dos sacerdotes e o arrivismo dos grandes; desdenhados, oprimidos pelo egoísmo social, primeiras vítimas dos problemas políticos e das desgraças da derrota e do exílio, os «Pobres de Israel», os “humildes”, os “mansos”, sentindo sua total impotência e reagindo contra o orgulho de raça e de classe dos chefes judeus e dos fariseus intolerantes, voltaram toda a sua esperança para o Eterno; e foi assim que eles foram como as células vivas do meio religioso em que o Messias deveria ser esperado e bem-vindo (ver A. Causse, Os Pobres de Israel, Strasbourg, 1922).

Como a humildade é por essência a atitude da alma perante Deus, não é de espantar que além destes anônimos, conhecidos somente pela obra coletiva de sua fé, haja poucos exemplos  individuais a citar; e é às vezes difícil de separar a humildade da modéstia ou do medo das responsabilidades, nos casos como os de Abraão (Gen 18:7), Jacó (Gen 32:10), Moisés (Ex 3:11 etc.), Salomão (1Rom 3:7-9), Isaías (Is 6:5), Jeremias (Jer 1:6), etc.

É sobretudo em Davi e nos salmistas subsequentes (entre os quais encontramos precisamente os «Pobres») que aparece a prece humilde; não se pode esperar deles a proclamação de sua humildade, pois ao afirmar-se, ela deixaria de ser humilde, mas todo salmo de adoração e, ainda mais, de arrependimento, assim como os sete Salmos penitenciais (Sl 6, Sl 32, Sl 51 etc.), é o jorrar deste estado da alma. Talvez fosse possível encontrar algo de análogo em  certos hinos das religiões babilônica, persa ou hindu. Mas os crentes e profetas de Israel dão uma extrema importância à humildade, como condição mesma do acesso junto a Deus e da comunhão com ele (Sl 25:9 69:33 116:6 138:6, Prov 3:34 11:2 15:33 22:4 29:23, Sir 3:17 e seguintes, Sof 2:3 3:12, Is 57:15 66:2); é uma das três exigências primordiais de Jeová segundo a célebre declaração de Miqueias (Miq 6:8), é um dos caracteres do Servidor do Eterno, segundo Is 42:3 que a descreve sem nomeá-la, bem como do Rei-Messias anunciado por Zacarias (Zac 9:9)

No limiar do Evangelho, João Batista prega o arrependimento junto com a humildade (montanhas e colinas rebaixadas, etc.) como condição de entrada no Reino (Lc 3:4,8,16). É o sentido da primeira das beatitudes: «Bem aventurados os pobres de espírito», que através dos «Pobres de Israel» volta a dizer: «Bem aventurados os humildes!» (Mt 5:3, comp, v. 6 e Lc 6:20). Da mesma forma que o menino Jesus foi acolhido pelos crentes humildes (Lc 1 e Lc 2), assim o Senhor Jesus é enviado àqueles que se sentem pobres, crianças, doentes, perdidos (Mt 9:12 18:4, Lc 4:18 19:10 22:26); ele mostra um humilde diante de Deus no publicano da parábola (Lc 18:9-14). Os apóstolos exortam seus irmãos e a si mesmos à humildade (Rom 12:19, Ef 4:2, Flp 2:3, Tg 1:9 4:6,1Pe 3:8); em uma figura voluntariamente paradoxal, eles comparam esta virtude escondida por excelência a uma vestimenta (Col 3:12), a um ornamento (1Pe 5:5).

De todas estas passagens pode-se ver que a humildade não é somente, como a define São Bernardo, o sentimento de nossa baixeza derivado do conhecimento mais exato de nós mesmos (ex verissima sui cognitione), pois podemos nos sentir fracos e sê-lo por orgulho invejoso, deprimido ou revoltado. Unicamente de nossas relações com Deus pode nascer nossa humildade: Deus infinito perante nós, os ínfimos (Sl 8:2-5), Deus santo diante de nós pecadores (Is 6:5), Deus Salvador que toma a iniciativa de sua reconciliação conosco (Rom 5:6,11), o Bom Deus que nos cumula de graças imerecidas (1Cor 4:7), Deus Pai que nos associa à sua obra de amor pela humanidade (2Cor 5: e seguintes). Se os primeiros aspectos do contraste eram de natureza a nos humilhar (ver Humilhação), a nos curvar na poeira para nos levar ao arrependimento, os seguintes nos fazem levantar a cabeça, acalmando nosso coração perdoado e apelando à nossa vontade consagrada.

Também a Escritura nos apresenta sempre a humildade não como um objetivo em si, mas como a condição das outras virtudes e da verdadeira elevação, a elevação da glória (Lc 14:11,Mt 23:12, cf. os textos já citados). Deste modo, a humildade cristã não tem nada de afetado ou de obsequioso; (cf. Col 2:18,23) ela não é, tampouco, a falsa modéstia ou o desânimo, o desconhecimento de nosso valor ou o abandono de nossa dignidade; ela é a alegre aceitação de nossa dependência de fato em relação a Deus, e de nossa dependência voluntária ao serviço de nossos irmãos; ela nos libera da satisfação de nós mesmos, sempre paralisante, e nos inspira continuamente a necessidade de novos progressos (Flp 3:12,14).Eminentemente estimulante e fecunda, é ela que nos ensina (para adaptar a linguagem de Kant ao nosso propósito) a nunca considerar nosso ser como um fim, mas sempre como um meio, a serviço de Deus e da humanidade.

Eis porque o próprio Jesus pôde, mesmo sendo Senhor e o Mestre, dar também o exemplo desta humildade. De Deus, o único Ser bom de maneira absoluta (Mc 10:18), ele se sentia completamente dependente para realizar Seus desígnios (Jo 5:19,30) aprendendo, mesmo sendo o Filho, a obediência no sofrimento, (Heb 5:8); não era a sua própria glória que ele buscava (Jo 8:30); e ele tinha também o direito de, ao mesmo tempo em que dizia: “Vinde a mim”, se qualificar “humilde de coração” (Mt 11:28,30). O quarto evangelho marca magnificamente nele a estreita união da dignidade suprema e da suprema humildade: “Jesus, que sabia que o Pai lhe colocara nas mãos todas as coisas, que ele viera de Deus e que iria a Deus” (tendo então consciência de sua incomensurável superioridade), “...cingiu-se de uma toalha, encheu de água uma bacia e começou a lavar os pés de seus discípulos” - trabalho de escravo! - para ensinar-lhes a humildade no serviço e no amor fraternal (Jo 13:3,12).
Da mesma forma, São Paulo devendo repetir uma exortação análoga a seus amigos os filipenses, lembra-lhes o ideal de humildade e de desinteresse do Mestre: “Tende os mesmos sentimentos que Jesus Cristo teve, ele que, estando em forma de Deus..., negou-se a si mesmo, tomando a forma de um servidor..., e apequenou-se, tornando-se obediente até amorte, e até a morte na cruz...” (Flp 2:3,8). Esta humildade do Senhor, sublimidade na consagração até o sacrifício, é o ideal divino que dita ao pecador, certamente! sua própria humildade, simplicidade em seu arrependimento e em sua consagração; e o que o torna capaz é o poder soberano desse Senhor vivo.

Ver (Flp 2:9,11) Trench, Syn. Novo Testamento, parag. XLII; Jean Monod, artigo Humildade na Encycl., t. VI, p. 422. Jn L.

Fonte; Ipeak – Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec

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domingo, 17 de agosto de 2014

A FORÇA DOS SENTIDOS

Djalma Santos

 “Os vossos olhos são a luz do corpo, mas se essa luz for trevas, todo o seu corpo estará em trevas“. (Jesus)

Dentre as muitas assertivas do mestre Jesus, no seu Evangelho de amor, talvez essa seja uma das mais importantes para o homem terreno, porque ela adverte que, os nossos sentidos materiais, a visão, o tato, a audição, o olfato e o paladar, constituem antenas vivas, que mostram com nitidez aqui e do outro lado da vida, o uso que fazemos deles.

Os nossos sentidos são sagrados e com destinações divinas, por isso não podem ser desviados de suas destinações principais, porque isso faria que o corpo físico entrasse em desequilíbrio, comprometendo a consciência imortal, nos levando ao erro e ao ilícito, atrasando consequentemente nossa jornada evolutiva a caminho da luz.

O divino mestre Jesus assinalou os olhos, porque é o sentido de primeiro contato com as coisas externas, mas a observação do maior dispensador de bens eternos do mundo serve também para todos os outros sentidos, a fim de que nos possamos nos acautelar no uso deles, principalmente no relacionamento com os nossos irmãos de luta terrena.

À primeira vista, poderíamos pensar que Deus dotou certas pessoas com olhos maus, mas isso não corresponde à verdade, porque, em realidade, o nosso semblante, a nossa cara fechada, assim como olhos endurecidos, apenas refletem o nosso estado da alma, o teor dos nossos pensamentos e dos nossos sentimentos, que afloram no corpo físico, representando o que realmente somos e desejamos da vida.

Em síntese, Deus é imparcial, neutro e democrático, não tomando nenhum partido, nem a favor nem contra, e sim deixa que cada ser humano utilize do seu livre-arbítrio para realizar as escolhas que melhor convém a cada um de nós, assumindo, é claro, a responsabilidade pelos erros e acertos nas experiências realizadas no campo da carne e do espírito.

Chamando nossa atenção para a qualidade que devemos dar aos nossos olhos materiais, o divino mestre sabe que para se ter um corpo luminoso, sadio e pronto a satisfazer as necessidades do espírito imortal, é necessário um controle diário dos nossos pensamentos e sentimentos, colocando para fora de nós só o que for bom para nós, e principalmente para os outros.

Quando Jesus afirma categoricamente em seu Evangelho que “somos deuses”, ele quis dizer textualmente que já possuímos em estado embrionário as características divinas, mas que só se afloram com trabalho, fé, coragem e determinação, na luta constante no campo do bem.

O corpo físico que ostentamos é o instrumento de apresentação externa do espírito imortal e, pelo simples fato de ainda grosseiro é difícil de ser controlado, e só mesmo uma mente forte, educada espiritualmente, possui condições adequadas para afastá-lo dos vícios, desejos e paixões.

Temos ainda o “corpo espiritual” que é mais sutil, mais rarefeito e que depois da morte passa a ser o novo instrumento do espírito em novas dimensões do espaço, uma vez que o corpo físico, após o fenômeno “morte”, é devolvido à natureza de onde foi tirado. Quem já consegue imprimir sentidos materiais, algum quantum de “luz”, certamente já está preparado para ajudar, para amparar, solidarizar e compartilhar.

É através do corpo físico que mostramos a nossa individualidade, assim como nos relacionamos com as demais criaturas animadas e inanimadas de Deus, e exatamente por isso foi que Jesus tentou passa essa mensagem tão divina: “Os vossos lhos são luz do corpo, mas se essa luz for trevas, todo o seu corpo estará em trevas”, deixando claro de uma forma cabal e completa que devemos passar para os outros o que tivermos de melhor, a fim de que possamos receber também o que os outros tiverem de melhor.

Quando os nossos sentidos são capazes de externar só o que há de melhor, ou só perceber o que é belo e bom, estamos a caminho da perfeição, e somos capazes de iluminar tudo, até mesmo as pequeninas coisas que sem essa luz do corpo passariam despercebidas, pois o nosso discernimento estará ampliado ao infinito, nos levando ao encontro das maravilhas da vida superior, e consequentemente, ao encontro de Jesus. Jesus, sempre...

Fonte; http://www.correioespirita.org.br/


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domingo, 20 de julho de 2014

PASSES EM CRIANÇAS

Jacob Melo

     Mateus, 19 – 13, 14, 15. Então lhe trouxeram algumas crianças para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreenderam. Jesus, porém, disse: Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim, porque de tais é o reino dos céus. E, depois de lhes impor as mãos, partiu dali.
     Interessante como, já ao tempo de Jesus, muitos sabiam da necessidade das crianças serem tocadas, receberem o influxo magnético de uma fonte de energias revigorantes.
   
  Impressiona que, juntamente com isso, àquela época também havia a tentativa de impedimento, o querer estabelecer-se regras ou proibições.
  
   Ao que se percebe no texto evangélico, as crianças não estavam, necessariamente, portando enfermidades; simplesmente elas foram trazidas até Ele e, colocadas ao seu redor, foi solicitado ao Mestre que impusesse suas mãos sobre elas.

    Antes de prosseguir, quero ressaltar que a expressão “imposição de mãos”, há 2000 anos, tinha significado bastante diferente do que entendemos hoje, como, de ordinário, quase tudo que seja antigo sempre pede contextualização a fim de serem evitados os equívocos cometidos, tão comuns como lamentáveis, quando queremos limitar nossas interpretações e/ou conclusões à literalidade das palavras e expressões.
  
   Jesus as abençoou, transmitindo-lhes os fluidos que cada uma carecia e aproveitou magistralmente o ensejo para dizer a todos que é imprescindível termos na alma aquele tipo de pureza.

    Embora transcorrido tanto tempo, ainda hoje é recorrente se perguntar sobre os passes em crianças. Concentram-se fluidos? Não se faz nada além de dispersar? Elas possuem centros vitais? A partir de que idade pode-se aplicá-los com segurança? E se a criança não quiser recebê-los? No caso de crianças muito inquietas, que não aceitam ficar sentadas na cabine de passes, não se faz ou o que se faz? E por aí se seguem as questões...

     Vamos refletir um pouco sobre elas.

    De início sabemos que uma criança, por menor que seja, é um ser humano perfeito, pois tendo os órgãos que todos dispomos, certamente também possui sua identidade perispiritual, o que significa dizer que trazem em si reais estruturas vitais (centros vitais), ainda que eventualmente sejam de extensões e potências diferentes daquelas dos adultos. Sendo assim, que diferenças básicas encontramos nelas em relação a estes (magneticamente falando)? As crianças, por estarem em desenvolvimento fisio-psico-emocional-perispiritual, não possuem estruturas vitais nas mesmas dimensões de um adulto, porém, embora usando os mesmos mecanismos, apresentam variações muito importantes, posto que precisam absorver, reter e dissipar “energias” de variada ordem em padrões diferentes. Só para servir de comparação: normalmente as crianças precisam de muito menores quantidades de alimentos do que os adultos, ainda assim seus processos de “multiplicação celular” seguem em franca expansão, dizendo-nos que do menos elas extraem e conservam o máximo, de forma distribuída e bem equilibrada. Energeticamente ocorre algo semelhante: elas precisam de fluidos, todavia de um padrão mais sutil e quase sempre em “quantidades” muito menores do que as que se aplica em adultos. Apesar disso, os resultados das manipulações bem executadas costumam apresentar resultados sobejamente felizes.
  
   A partir da realidade de como são e de como funcionam essas usinas vitais infantis podemos deduzir que os concentrados (imposições, circulares, sopros quentes) devem ser administrados com parcimônia, contando com uma qualificação emocional do magnetizador bastante harmônica e evitando-se longas exposições energéticas aos pequenos. Já os dispersivos, por serem mais distributivos e dissipadores de congestionamentos energéticos, estes podem e até devem ser aplicados com mais eficiência e com muito menores “riscos” para os infantes.
  
   Se tomarmos em consideração a banalização do “aplicar passes por aplicá-los apenas”, não sou dos que sugerem fazê-lo no primeiro ano de vida e, logo após esse período, ainda aí não convém gerar condicionamentos, tudo isso ressalvados os casos de crianças portadoras de problemas fisiológicos ou deficiências diversas, nas quais seja imperioso aplicar-lhe os recursos magnéticos. Para tanto é determinante que o magnetizador tenha um mínimo de experiência e segurança para agir de forma correta e feliz, a fim de não sujeitá-las a riscos desnecessários.

     Por fim, a questão do comportamento das crianças na recepção dos passes; isto, por si só, nos indica de que devemos estar muito bem preparados para atendê-las. Veja-se o exemplo de autistas, na maioria irrequietos, alguns chegando a atitudes violentas ou de total desabandono interior, sem se conectarem às menores recomendações que lhes sejam repassadas. Se os magnetizadores não se prepararem para atendê-los como deve, eles estarão entregues à própria sorte, posto que as Casas costumam cobrar comportamentos que não lhes são aplicados. Sendo assim, será que uma criança “problema” (como ordinariamente as chamam) não precisa nem merece um atendimento digno e justo? Seria justo não atendê-las por elas não se sujeitarem ao padrão que queremos impor?
  
   Muito se fala de que “Deus protege os inocentes” bem como “a boa vontade sempre faz o bem”. Na vida real isto não é tão seguro como se pensa ou se diz. Deus protege a todos, indistintamente, mas Ele não quebra as regras da Grande Lei para que nossos descasos e irresponsabilidades sejam inócuos ou inofensivos. Por sua vez, a boa vontade, em muitos casos, sequer chega a mobilizar o mínimo, muito menos o suficiente, por isso não chegando a gerar o bem que se espera. Por tudo isso, agir magneticamente com crianças não é ter comportamentos mágicos, não agir por simples obrigação ou crer que atitudes magnéticas não possam oferecer riscos. É preciso sim que os aplicadores de passes em crianças saibam exatamente o que fazem.
   
  Jesus, quando atendia a quem quer que fosse, inclusive às crianças, Ele sabia primorosamente como, quanto e de que maneira fazer; quanto a nós precisamos todos estudar, aprimorar, aperfeiçoar para agirmos com a segurança indispensável.

     Este tema traz muitas reflexões, as quais pedem para serem pensadas e refletidas; do contrário poderemos ensejar condicionamentos sem solução ou levar algumas crianças a verem o passe não como uma bênção e sim como uma obrigação esdrúxula

Fonte Correio Espírita


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terça-feira, 1 de julho de 2014

MÉDIUNS DE ONTEM E DE HOJE

Na excelente obra Os Cátaros e a Heresia Católica, Hermínio Miranda discorre detalhadamente a respeito das características da linda sociedade cristã, cátara, que floresceu na região do Languedoc, no sul da França, nos idos do século XIII. Considerada herética pela Igreja Católica, em razão de afrontar resolutamente dogmas já pétreos, através dos quais se via o legado espiritual de Jesus para o mundo completamente distorcido, dentre as convicções de vanguarda defendidas pelos crentes cátaros existia, já, a da evolução do espírito ao longo das vidas sucessivas; e também tratavam sobre as ocorrências mediúnicas que, para aquele povo simples dos séculos XII e XIII, constituíam-se não mais do que em fatos comuns, com os quais lidavam com naturalidade, e dos quais falavam naturalmente para as suas crianças.
Viram-se, assim, em apuros, na conjuntura delicada do momento histórico no qual começaram a ameaçar o poderio religioso e político da Igreja, ao passo em que iam amealhando crescente simpatia em regiões várias da Europa. E, com a investida das Cruzadas Albigenses e, em sequência, encurralados pela Inquisição em tempos imediatamente posteriores, quis o poder do clero extinguir, decidida e definitivamente, aquele povo e suas ideias mais fiéis aos verdadeiros ensinamentos de Jesus – respeitando como iguais as mulheres e a liberdade de pensamento; refutando duramente a pompa das hierarquias sacerdotais e vários de seus dogmas centrais, e, sobretudo, falando abertamente de mediunidade e reencarnação, um conceito em absoluto renegado pelo Alto Clero nos postulados da doutrina cristã, nada embora tivesse o próprio Cristo discorrido sobre eles com naturalidade, ao longo de sua missão sacrificial.

A obra de Hermínio Miranda trata com brilhantismo ímpar do tema, e, em seu conteúdo, oferece-nos a narração de um caso interessante, que ilustra aos espíritas atuais que a realidade do dom da mediunidade é atributo comum ao ser humano de hoje como em todo tempo histórico, indistintamente. Narra o caso de Arnaud Gélis, um personagem peculiar do começo do século XIV que, naqueles tempos difíceis de martírios, era médium confesso. Submetido ao cerco férreo da Inquisição, no entanto, continuou agindo e falando não mais do que do mesmo modo natural, espontâneo, sincero, sobre a sua convivência diária com os espíritos, que diante dele se materializavam e conversavam, sem cerimônia, provenientes das mais disparatadas situações sociais; dotados de variegadas características individuais, de personalidade, temperamentos e, mesmo, vestimentas – para profunda ira de seu inquisidor, Jacques Fournier, bispo de Pamiers – e, aliás, futuro papa - resoluto em atribuir heresia a todo aquele que afrontasse a prepotência Católica em definir o que, ao ser humano comum, deveria ser considerado como expressão da verdade no que se referia ao que os postulados religiosos queriam outorgar ditatorialmente, para melhor manutenção do poder temporal e de domínio e manipulação das consciências do mundo.

Todavia, não havia como Arnaud não se comportar, à compreensão despótica do inquisidor, como um continuador encarniçado da já secular heresia cátara, se bem não fosse ele, faticamente, um seguidor do catarismo - e não há, a esta altura, no século XXI, um modo de descartarmos esta hipótese. Arnaud fora iniciado nas suas práticas mediúnicas, conforme nos elucida Hermínio Miranda com base em seus estudos históricos, justamente sob a batuta de um cônego da catedral de Pamiers, Hugues de Dufort, por volta de 1311 ou 1312. Fora a orientação do espírito de um cônego, assim, que levara Gélis a assumir a sua então tida como “macabra” atividade de comunicação com os defuntos.*¹

Textualmente, Miranda nos diz, às fls. 184 de sua obra:

“Gélis não tinha culpa de ser médium. Os espíritos que ele via e com os quais conversava e dos quais recebia recados a serem transmitidos aos vivos eram uma realidade indiscutível. A realidade que Gélis testemunhava não conferia com a que a Igreja adotara e impunha. Para o chamado cristianismo de então – e que perdura até hoje – as almas dos ‘mortos’ têm que ficar quietinhas nos seus túmulos até o dia mágico da ressurreição da carne, quando então lhes seria dada a destinação final. Ainda que isto fosse admissível para as que tenham ido parar no purgatório, não se aplicaria a mesma norma para as que teriam ido para o céu ou para o inferno. Já não são, estas, destinações definitivas? Ademais, as almas pareciam ignorar os dogmas e as proibições e continuavam a se manifestar ao pobre médium.
Para a desgraça de Gélis, ele as via por toda parte e com elas se entendia. Os sacerdotes mortos, por mais elevadas que tenham sido suas posições hierárquicas no mundo dos vivos – bispos e até arcebispos – não estavam no céu, e sim perambulando pelos lugares ermos, obviamente infelizes, perdidos, sem rumo nem destino (...)”

Mas não era só Dufort que se apresentava aos colóquios com Gélis, mas “muitos outros veneráveis cônegos, como Hugues de Ros, Athon d’Unzent, Pierre Durand. O cenário em que se manifestavam era aquele mesmo que frequentaram enquanto “vivos” – o claustro dos mosteiros ou as igrejas às quais estavam ligados (...) Os mortos, segundo Gélis, sentiam frio no inverno e tinham sede no verão.(...) “*²
Hermínio menciona em parágrafos posteriores que, segundo o conteúdo da obra de Christian Bernardac, estudioso histórico, inclusive, simpático à causa e às interpretações católicas distorcidas do catarismo, na qual encontramos a descrição desses registros inquisitoriais, Arnaud Gélis não seria considerado um mal intencionado ou fraudador consciente - mas visionário alucinado! Um pobre infeliz, auto iludido, crente nas próprias fantasias, provavelmente, induzidas pelas influências do diabo. Muito provavelmente, padecendo de distúrbios mentais!
Ora, amigo leitor e leitora, onde, e em quantas vezes, nos tempos atuais, já vimos a repetição da mesma história? De vez que, em muitos quesitos importantes, vitais mesmo, os dogmas cristãos em nada se modificaram, e em se observando a trajetória daqueles que hoje em dia, guardadas as semelhanças de compreensão destas realidades da vida, bem poderiam ser taxados de neocátaros, em quantos episódios não soubemos de semelhante perseguição desfechada por pessoas que apenas se transferiram de séculos, repetindo, nem mais nem menos, do que as mesmas vivências infortunadas contra Arnaud Gélis?

Descartando a bem-vinda circunstância de não mais haver tribunais inquisitoriais – hoje travestidos para modalidades mais sutis de repressão, diluídos na sociedade – quantos casos semelhantes já não nos chegaram ao conhecimento, ou foram duramente experimentados por aqueles de nós, de dentro do Movimento Espírita? Fatos lamentáveis havidos com médiuns de todas as esferas de ação, ou com aqueles cujas atividades são de maior expressão pública, como Chico Xavier ou Divaldo Franco, ilustram, ainda hoje, a intolerância, a brutal incompreensão originada na ignorância mais absoluta dos detalhes da realidade destes acontecimentos comuns, de interatividade entre habitantes das esferas corpóreas e incorpóreas!
O ‘nunca ninguém voltou para contar como é’, para nossa profunda perplexidade, ainda impera em milhares de mentalidades e corações mal informados sobre o que vige nas leis imutáveis do Criador para a destinação de todas as criaturas. Resultado de séculos malfadados de adulteração da verdade maior e definitiva pelas religiões institucionalizadas, para favorecer interesses temporais de poder e dominação das consciências reencarnadas no mundo em lento processo de avanço espiritual, eis-nos, ainda, médiuns atuantes de maior ou menor expressão pública, às voltas com a cegueira das reações das massas para com aquilo que constitui não mais do que manifestação cotidiana de uma lei natural - apenas que ainda mal compreendida pelas mentalidades adormecidas e pela ciência renitente nos paradigmas obsoletos para a aferição do funcionamento dos mecanismos maiores que regem a vida no universo.
Não haveria, pois, naqueles tempos, como Arnaud Gélis agir de modo diverso da sinceridade cristalina com que lidava com a simples expressão pessoal da realidade diária de sua convivência multidimensional - como hoje, também, não há outro caminho, mais honesto, mais reto, aos médiuns contemporâneos, do que resistir bravamente à ainda opressora resistência dos investimentos de interesse ou das limitações individuais para se aceitar pacificamente o que simplesmente não podemos mais negar ou rejeitar, em detrimento de uma verdade mais ampla das coisas.
É, pois, finda a era de se favorecer mentiras que não merecem prevalecer por mais tempo, num mundo que, com atraso, deve deixar para trás o lastimável estado de quarentena cósmica causada pela resistência do ser humano em avançar espiritualmente, não nos permitindo, assim, a benção de nos colocarmos em situação de cidadãos universais, em coexistência pacífica com os habitantes dos muitos mundos e dimensões das mais variadas expressões vitais espalhados pelo infinito.
É o exigível, para a consolidação de uma humanidade menos egoísta e mais responsável, em bases meritórias de responsabilidade própria, por um futuro de maior felicidade, harmonia e entendimento, com avanços significativos em todos os níveis de convivência que haverão de transportar a Terra, de fato, para o estágio mais grato de planeta de regeneração.

*¹ - Hermínio Miranda – Os Cátaros e a Heresia Católica – Ed. Lachátre – Capítulo Uma Reformatação do Catolicismo – pág. 184
*² - Hermínio Miranda – Os Cátaros e a Heresia Católica – Ed. Lachátre – Uma Reformatação do Catolicismo – pág. 184 e seguintes.

Christina Nunes
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro - RJ


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